Tem dias que amar o Brasil é um ato de resistência.
Mas tem outros em que amar o Brasil é tão fácil quanto respirar.
Hoje foi desses dias.
Eu amo ser brasileira.
Não de um jeito protocolar. Não no automático da camisa da Copa.
É amor de quem dança samba mesmo sem saber o passo.
É amor de quem inventa solução no sufoco.
É amor de quem olha pra dentro antes de buscar validação fora.
Só que às vezes, confesso, dá uma raiva boa.
Porque a gente faz tanto.
Cria tanto.
Inova tanto.
E ainda assim, parece que só acreditam quando vem carimbo estrangeiro.
A fala só ganha peso se vier em inglês.
O projeto só vira exemplo se for divulgado na gringa.
O case só é respeitado se virar painel no SXSW e, de preferência apresentado por alguém que não vive o que a gente já faz aqui há décadas.
E é aí que dói.
Porque tem mulher preta dando aula de futuro nas periferias, enquanto muita gente ainda paga dez mil dólares pra ouvir a mesma ideia reciclada em inglês chique.
A gente chama isso de tendência.
Mas às vezes é só colonialismo reembalado em neon.
Ser brasileira é saber sobreviver na crise e ainda sorrir.
É transformar ausência em abundância.
É fazer MVP com papelão, criatividade com limitação, arte com sobrevivência.
E se você perguntar, eu respondo:
A gente não precisa mais esperar selo.
A gente não precisa mais pedir bênção.
A gente é mais do que promessa.
A gente é potência.
Brasil é verbo.
E é a gente que conjuga.
Com carinho,
Amanda ☕
(celebrando a potência de ser brasileira. Com toda a força e todas as cicatrizes)
Se essa pausa fez sentido pra você, talvez as conversas abaixo também façam:
→ Eu pensei isso hoje #3
→ [Antes do Café] Você está consumindo ou sendo consumido?
E se quiser, me escreve. Me conta o que tem atravessado você também.
A Antes do Café é uma pausa semanal pra quem não quer viver no automático.
Aqui a gente fala de tecnologia, futuro, rotina, sentimentos e tudo que move o que a gente é — pra além do que a gente faz.
Até a próxima xícara. ☕
Gostei muito!!!