“Eu pensei isso hoje” é uma crônica escrita sem pressa, sempre às sextas.
Não segue uma estrutura. Não traz fórmulas .
É um pensamento atravessado por algo que vi, vivi ou observei —
e que talvez também esteja passando por você.
A ideia é simples: fazer uma pausa no meio do caos e lembrar do que (ainda) importa.
Essa semana foi daquelas que eu guardo com cuidado.
Teve gravação de programa de TV com um amigo querido — coisa rara, bonita, divertida.
Teve evento, palco, gente. Teve aeroporto, claro, mas teve abraço também.
E teve reencontro. Com os outros. Comigo.
Sabe quando você sente que o cansaço não é físico, mas social? Que o que você mais precisa não é exatamente uma pausa, mas presença?
Foi isso.
Estive em um evento internacional — um daqueles grandes, com palco principal, plateia cheia e olhares atentos.
Fui entrevistada ali, no centro de tudo, em inglês.
E não é a minha primeira língua.
Por muito tempo, falar com segurança nesse idioma era um Everest pessoal.
Um desafio de escuta, de ritmo, de confiança.
E ali estava eu: respondendo, conectando, me comunicando com o mundo — não com perfeição, mas com clareza e verdade.
Foi um lembrete: a gente cresce em silêncio, mas se reconhece em movimento.
Às vezes você só percebe o quanto evoluiu quando já está lá, no palco que antes parecia impossível.
Mas o que mais ficou comigo nem foi isso.
Foi o que veio entre uma atividade e outra.
Os encontros.
As conversas que começavam com um “tava com saudade”.
Os abraços que terminavam com “obrigada por tudo”.
Os cafés onde não havia pauta, só presença.
E também:
Aquele “obrigada pelo que você falou”.
O “te acompanho faz tempo, mas nunca tinha te visto de perto”.
Ou só: “eu precisava desse abraço”.
É nesses momentos que eu lembro que o impacto real raramente tá no slide ou no post.
Ele tá no vínculo.
Na troca que não precisa de legenda.
E você?
Tem feito espaço pra reencontrar as pessoas que te lembram de quem você é?
Às vezes a gente se esconde atrás da agenda.
Não por mal. Mas porque a rotina engole. Porque o tempo voa. Porque a gente acha que vai dar tempo depois.
Mas algumas conversas não esperam.
Alguns vínculos precisam ser tocados, não só lembrados.
Se tem uma coisa que aprendi nos últimos dias, é que a vida pede encontros com mais frequência do que a gente agenda.
E que a saudade é um tipo de bagunça emocional que só se resolve com presença.
Então, se você puder, liga.
Manda mensagem.
Marca o café.
Volta.
Abraça.
Escuta.
Vai ver é só isso que tá faltando pra vida voltar a caber dentro de você.
Amanda ☕
Se essa pausa fez sentido pra você, talvez as conversas abaixo também façam:
→ [Antes do café] Por que a gente romantiza o caos?
E se quiser, me escreve. Me conta o que tem atravessado você também.
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Aqui a gente fala de tecnologia, futuro, rotina, sentimentos
e tudo que move o que a gente é — pra além do que a gente faz.
Até a próxima xícara.